Projeto inspirado na Chapecoense faz zagueiro, de 24 anos, sonhar
alto em clube do interior de Minas Gerais: 'Expectativa muito boa'

Vinícius Dias

Chegar a um grande clube e ser destaque na TV: a dobradinha, comum no meio do futebol, ocorreu de forma inusitada na carreira do carioca Ricardo Lucena. No segundo semestre de 2012, o zagueiro, então com 19 anos, foi contratado pelo Atlético e cedido ao Democrata de Sete Lagoas. No fim do ano, de férias no Rio de Janeiro depois da Segunda Divisão do Mineiro, se aventurou na novela global Salve Jorge. "Minha irmã trabalhou um tempo como figurante. Ela me perguntou se eu queria fazer também. Adicionei as agências de modelo no Facebook e fui chamado", recorda.


As aparições na TV Globo não se restringiram à novela assinada por Glória Perez. "Também participei de Zorra Total", emenda o zagueiro, de volta a Minas Gerais nesta temporada para atuar no Uberaba. Entre as principais lembranças dos tempos de figurante está uma partida de futevôlei com o ator Eri Johnson. "Ele acabou ganhando. O Eri é bom demais no futevôlei", pondera Ricardo Lucena, mencionando a disputa em um dos intervalos de gravação do programa humorístico.

Salve Jorge: ao lado de Nando Cunha
(Créditos: Arquivo Pessoal/Ricardo Lucena)

Emprestado a cinco clubes desde 2012, o zagueiro teve o contrato com o Atlético encerrado em setembro último sem sequer estrear oficialmente. O discurso, no entanto, é de gratidão. "Não tenho mágoa. Pelo contrário, eu agradeço a oportunidade, que foi muito importante para meu crescimento profissional", garante o carioca, que, antes da vinda para Uberaba, esteve perto de se transferir para a Europa. "Recebi a proposta. Disseram que eu chegaria (a Israel) e assinaria o contrato. Mas foi outra história, de ficar de testes. Fiquei uma semana e meia e voltei".

Zagueiro artilheiro no Uberaba

Aos 24 anos e com fama de artilheiro nos amistosos de pré-temporada, em que anotou dois gols, Ricardo Lucena fará a estreia oficial pelo Zebu neste sábado, diante da Patrocinense. O objetivo imediato é alcançar o acesso à elite estadual, mas o planejamento traçado pelo clube inspira sonhos. "Há um projeto não só para esta temporada, mas de dar continuidade com os atletas que estão aqui, pensar no módulo I, posteriormente na Série D do Brasileiro e, assim, ir subindo. A minha expectativa é muito boa por poder fazer parte desde o início", ressalta.

Lucena em ação contra o Botafogo/SP
(Créditos: Rogério Moroti/Agência Botafogo)

A inspiração é a Chapecoense. "O projeto é ir crescendo nesse modelo que ficou em alta, que conseguiu os acessos, nunca caiu. Os próprios dirigentes mencionam". Com vínculo até maio, o carioca revela que deve permanecer no clube em caso de acesso. "A ideia é manter a maioria do elenco. Como não temos calendário no segundo semestre, eles fariam uma parceria com outro time para manter o elenco junto já para o módulo I do próximo ano. Achei muito interessante", detalha, exibindo confiança.

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