Da lateral ao meio-campo, paulistano relembra trajetória no
futebol e fala sobre o Mineiro: 'No mínimo, vamos incomodar'

Vinícius Dias

Oitavas da Copa Libertadores de 2003, entre Corinthians e River Plate, no Morumbi. Aos 45', o lateral-esquerdo Roger atinge D'Alessandro. Mais do que a expulsão, o lance marcou uma reviravolta na carreira do paulistano. "Depois dali o pessoal do Corinthians me encostou um pouco. Foi quando surgiu a proposta de empréstimo do Flamengo. Eu fui, tive um ano muito bom e começaram a aparecer outras oportunidades. Com certeza, foi um fator determinante para o rumo que a minha carreira seguiu", garante, 13 anos depois, ao Blog Toque Di Letra.


Reserva em São Paulo, Roger se firmou no rubro-negro e se destacou na conquista do Carioca em 2004. O sucesso chamou a atenção do Celta de Vigo, da Espanha, equipe para a qual ele se transferiu no mesmo ano. A primeira passagem pela Europa, contudo, foi breve. Roteiro bem diferente do traçado na volta, um ano depois. "Em 2005, eu estava no Juventude, disputando o Campeonato Brasileiro, quando recebi a proposta para jogar no futebol polonês", recorda.

Roger em jogo-treino contra o Cruzeiro
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Inicialmente, ele se mostrou reticente. "Tanto que pedi passagem para ir conhecer o clube. A estrutura, muito boa, me surpreendeu bastante e eu acabei aceitando". No Legia Varsóvia, o brasileiro, também conhecido pelo sobrenome Guerreiro, deixou a lateral para atuar como meio-campista. A adaptação foi rápida: na temporada 2005/2006, ajudou o time a quebrar um jejum de três anos na liga local. "No ano seguinte, fui eleito o melhor estrangeiro em atividade no país", completa.

Da seleção polonesa à Grécia

Era o que faltava para Roger Guerreiro ganhar a confiança do técnico Leo Beenhakker e defender a seleção da Polônia. "Logo depois disso surgiu o convite para eu me naturalizar. Acabei aceitando. Fiz uma escolha certa", afirma. Pelas Águias Brancas, foram 25 exibições, quatro gols - um deles, na Eurocopa de 2008 - e seis assistências entre 2008 a 2011. O adeus à liga polonesa, no entanto, ocorreu em meados de 2009, quando assinou contrato com o AEK, da Grécia.

Em 2013, meia defendeu o Comercial
(Créditos: Gabriel Lopes/Comercial F.C.)

A volta ao Brasil foi acertada em 2013. O meia defendeu Guaratinguetá, Comercial/SP e Rio Branco/PR antes de acertar com o Aris, do Chipre, em julho último. "Tinha contrato de um ano, mas acabei entrando em acordo com o pessoal", diz, destacando o projeto do Villa Nova, clube pelo qual estreia no próximo domingo, ante o Tombense. "Nome por nome, nossa equipe tem jogadores de muita qualidade. Vamos, no mínimo, incomodar bastante no Campeonato Mineiro".

De olho na Série A nacional

Aos 33 anos, Roger revela: sonha em retornar à Série A. "Dá para jogar mais uns três, quatro anos em ótimo nível. Sempre me cuidei, nunca tive problema com noitadas e nunca ingeri álcool", diz. Ainda assim, ele vê na realidade nacional um empecilho. "Muitas portas se fecham para o jogador após os 30 anos, ainda mais no Brasil... Às vezes nem se preocupam em querer que o time vá bem. Querem que um jogador (jovem) se destaque para ser vendido", desabafa ao Blog.

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