Culpado... sem culpa!

Lucas Borges

Segunda-feira, dia 16. Sob fervorosos gritos de 'nense', o julgamento no STJD termina em cinco a zero, rebaixando a Portuguesa e confirmando o Fluminense como uma das equipes mais 'odiadas' do Brasil. Em meio aos ânimos exaltados, é preciso entender que, novamente, o Fluminense não deve ser culpado. Mais uma vez o clube das Laranjeiras pega carona na desorganizada legislação da Justiça Desportiva para, por ora, seguir na Série A nacional.

A imprecisão por parte do clube paulista é clara. Alguém na Portuguesa, seja o advogado ou vice-jurídico, errou. A deficiência do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) está presente nas linhas e nas entrelinhas, transformando toda tentativa de decifrar a legislação desportiva em uma batalha diária para o torcedor. Um motivo que favoreceu a confusão dos dirigentes da Lusa.

No turno, Portuguesa levou a melhor
(Créditos: Nelson Perez/Fluminense F.C.)

De fato, as decisões extracampo nunca são a melhor opção. O que todo torcedor deve fazer, no entanto, é deixar de lado o ódio ao Fluminense. Pela ironia do destino, o tricolor carioca se beneficiou, mais uma vez, do contexto de confusão generalizada. A bandeira levantada deve ser a da discussão sobre os rumos do futebol brasileiro, marcado por julgamentos e punições extracampo.

Mais bola... menos tribunais

Seja no caso 1-0-0, em 1996, no caso de Sandro Hiroshi, em 1999, ou no episódio Héverton, em 2013, temos que avançar e levar à pauta a busca pela maior clareza das leis e menor burocracia nos tribunais para, assim, centralizar as decisões do campo. E que, após os 90 minutos, o torcedor já saiba se pode rir ou chorar.

No Maracanã, vitória do Fluminense
(Créditos: Nelson Perez/Fluminense F.C.)

Fechamos mais um ano com a história do nosso esporte marcada por um asterisco. O STJD, com base num hesitante CBJD, sentenciou o árduo e simples trabalho da Portuguesa, acrescentando outra mancha - injusta, diga-se - na história do Fluminense. Que venha 2014, um ano de disputas esportivas em campo.

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