Padrão: vale a pena?

Salve, China Azul!

Se tem algo que é falado frequentemente pela imprensa e pela torcida, e que eu não entendo, não concordo e acho que precisa ser revisto urgentemente pelos clubes, especialmente os brasileiros, é o tal do padrão de jogo. Vira e mexe alguém aparecem para criticar quem não tem e/ou enaltecer quem já o conquistou. Afinal, ter um padrão de jogo é, necessariamente, algo bom?

Pois eu acho que, até certo ponto, sim. Um elenco estar sincronizado com seu treinador e esse conjunto todo saber do que é capaz, conhecer bem cada peça entre si e possuir uma linha de raciocínio em comum é importantíssimo. Mas em contrapartida, o poder de improvisação, o elemento surpresa, a reinvenção constante do estilo de jogar, por exemplo, são tão importantes, ou mais, do que se ter uma tática bem definida, das que facilitam muito o trabalho de qualquer comentarista esportivo.

Muitas vezes nos deparamos com times que caem na armadilha de se apoiar em uma tática e não ter material humano e psicológico no banco de reservas capaz de ser acionado para reverter uma situação adversa ou segurar um placar que lhe é favorável. O Cruzeiro, de uns anos para cá, pode ser tomado como um claro exemplo disso.

Lembro que muitos reclamavam que o time do Roth não tinha padrão de jogo. Os jogadores pegavam a bola e não sabiam o que fazer com ela. Discordo. Eles pegavam a bola e procuravam Montillo. Esse era o padrão de jogo. Era um padrão pífio e falho, mas era um padrão. E esse é o erro de muitos e muitos times mundo afora. Achar a saída mais fácil, sobrecarregando o jogador mais técnico ou mais habilidoso e esperando que ele resolva a parada sempre.

Marcelo Oliveira já demonstrou, por mais de uma vez, que está trabalhando duro para conhecer cada peça que tem à disposição. O Cruzeiro segue em busca de um, dois, três, quatro, cinco padrões de jogo. É como se o treinador virasse uma chave e o time passasse a se comportar de outra maneira, respeitando uma orientação e sabendo o que precisa ser feito para conseguir ou para manter o resultado. Boa parte da "culpa" é da variedade e da qualidade do grupo que o treinador tem nas mãos.

Seguimos em busca de um time que possa se desconstruir e se reinventar dentro do curto espaço de um jogo de futebol. Sem desespero, sem bumba-meu-boi, sem a famosa tática de atacar em massa e defender em bando.  

Força, Cruzeiro!

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