A magia do imprevisível

Equilíbrio e imprevisibilidade são dois dos maiores encantos da Copa Libertadores frente aos torneios mais ricos e repletos de craques de nível mundial, como a Liga dos Campeões. Torneios com equipes mais ricas e recheadas de grandes jogadores são mais vistosos, mas também mais previsíveis. Uma taça como a Libertadores tem como um de seus grandes chamarizes exatamente a impossibilidade de apostar sem risco.

A segunda rodada do grupo oito deixou isso exposto de forma claríssima. Poucos duvidavam que Fluminense e Grêmio eram os grandes favoritos da chave, enquanto Caracas e Huachipato tinham tudo para ser figurantes. Mas quando a bola rolou tudo foi diferente. O tricolor carioca parecia cumprir seu papel, ao vencer os venezuelanos fora de casa, mas os gaúchos perderam em casa para os chilenos, desenhando um grupo diferente do que se imaginava.

Ao que parecia, o Flu marchava livre para a liderança, enquanto o tricolor gaúcho sofreria disputando a segunda vaga com os acereros. Mas na segunda rodada do grupo, disputada na última semana, tudo se modificou. Com uma empolgante e surpreendente atuação, o Grêmio aplicou um inquestionável 3 a 0 no Fluminense dentro do Engenhão. Pouco antes, o Caracas havia vencido o Huachipato por 3 a 1 no Chile. O grupo ficou completamente aberto, com todas as equipes vencendo fora e perdendo em casa.

O grupo 7 seguiu o mesmo caminho. Na estreia, a Universidad de Chile havia superado facilmente os venezuelanos do Deportivo Lara por 3 a 0, enquanto o Newell’s Old Boys vencia o Olimpia por 3 a 1 em Rosário. Mas na segunda rodada tudo se inverteu. Os paraguaios massacraram a La U com um inquestionável 3 a 0, enquanto os venezuelanos se recuperavam vencendo a Lepra rosarina por 2 a 1. Ao fim da segunda rodada, a chave terminou com todas as equipes vencendo em casa e perdendo fora. Tudo segue em aberto.

Também surpreendente foi a performance dos mexicanos do Toluca. A equipe havia estreado vencendo o Boca Juniors, dentro da Bombonera, por 2 a 1. Começou melhor contra um vacilante Nacional, que havia empatado em casa, com a ajuda da arbitragem, contra o Barcelona de Guayaquil por 2 a 2. Virou o primeiro tempo com justa vantagem, mas ao fim perdeu por 3 a 2 dentro de seus domínios.

Enquanto isso o Real Garcilaso dava ao Peru sua primeira vitória na atual edição do torneio, ao bater, de forma surpreendente, o Cerro Porteño por 1 a 0 no Paraguai. O empate no confronto entre as equipes colombianas da chave deu aos peruanos a liderança, empatado com o Tolima.

E assim segue a Libertadores. Como sempre imprevisível e surpreendente. Para os que olham com os olhos europeus, apenas um torneio marcado por violência e desorganização. Para os que sabem ver a beleza da competição, algo que surpreende e encanta. Exatamente pela imprevisibilidade.

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